domingo, 12 de junho de 2011

Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade



Edital, voltado às ações de proteção ao patrimônio, recebe inscrições até 8 de julho

O Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan/MinC), órgão vinculado ao Ministério da Cultura, está recebendo, até o dis 8 de julho, inscrições dos interessados em participar de sua 24ª edição. O concurso foi instituído, em 1987, em homenagem ao seu primeiro dirigente e é concedido anualmente como reconhecimento às ações de proteção, preservação e divulgação do patrimônio cultural brasileiro que, em razão da sua originalidade, vulto ou caráter exemplar, sejam dignas de registro e reconhecimento público. O prêmio que é oferecido a empresas, instituições e pessoas de todo o país, é constituído de um troféu, um certificado e R$ 20 mil.

Esta edição, inserida nas comemorações do Ano Internacional do Afrodescendente, presta uma homenagem ao centenário de nascimento do artista plástico Carybé. O tema deste ano está ligado ao slogan “Igualdade racial é pra valer” lançado pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), no dia 21 de março, em solenidade que também foi marcada pelo lançamento do Ano Internacional dos Afrodescendentes.

Inscrições

As inscrições para a 24ª edição do prêmio poderão ser feitas nas Superintendências do Iphan em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal. Cada ação só poderá ser inscrita em uma das sete categorias previstas no edital. O edital está à disposição nos sites www.iphan.gov.br e www.comprasnet.gov.br. Informações gerais podem ser obtidas no Departamento de Articulação e Fomento – DAF / Coordenação-Geral de Difusão e Projetos, em Brasília, SBN Quadra 02, Edifício Central Brasília, 2º andar – CEP: 70040-904. Telefones: (61) 2024.6199, 2024.6245 e 2024.6176. Fax: (61) 2024.6198. Endereço eletrônico: daf@iphan.gov.br

Os candidatos devem apresentar as ações na forma de dossiê, impresso em Word, sendo necessário agregar elementos iconográficos, audiovisuais ou qualquer outra espécie de material ilustrativo ou produtos que possibilitem a plena caracterização da atividade, tais como desenhos, fotografias, slides, mapas, cartazes, folhetos, revistas, livros, vídeos e CDs, dentre outros. É obrigatória ainda a apresentação de um resumo da ação, de, no máximo, duas páginas de 30 linhas. A partir daí, comissões presididas pelas Superintendências do IPHAN, em cada unidade federativa, promoverão a pré-seleção das ações correspondentes aos seus estados ou ao Distrito Federal. Em seguida, as ações pré-selecionadas serão encaminhadas à Comissão Nacional de Avaliação que divulgará o resultado final até o dia 19 de setembro de 2011, sendo que a entrega do prêmio se realizará em data e local a serem divulgados previamente.

As ações vencedoras serão incorporadas ao Arquivo Aloísio Magalhães, do Iphan, em Brasília, e as ações não vencedoras, também, salvo, se os responsáveis por sua inscrição, solicitarem sua devolução ao Departamento de Articulação e Fomento. Aos concorrentes não agraciados com a premiação nas sete categorias será concedido um certificado de participação.

As categorias previstas no edital são Promoção e comunicação; Educação patrimonial; Pesquisa e inventário de acervos; Preservação de bens móveis; Preservação de bens imóveis; Proteção do patrimônio natural e arqueológico e Salvaguarda de bens de natureza imaterial. É permitida a candidatura das ações concorrentes e não vencedoras em edições anteriores do prêmio.

Os projetos premiados são independentes. Isto é, recebem reconhecimento e incentivo para dar continuidade ao trabalho que já estão realizando, mas eles não pertencem ao Iphan. Eles realizam atividades voltadas à preservação, divulgação ou valorização do patrimônio cultural, mas o Iphan não precisa, necessariamente, acompanhá-los. Eles são autônomos.

Rodrigo Melo Franco de Andrade

Rodrigo Melo Franco de Andrade nasceu em Belo Horizonte em 17 de agosto de 1898. Presidiu o órgão desde a sua criação, em 1937, até 1968. Advogado, jornalista e escritor, foi redator-chefe e diretor da Revista do Brasil. Na política, chefiou o gabinete de Francisco Campos e atuou na equipe que integrou o Ministério da Educação e da Saúde do governo Getúlio Vargas. O grupo era formado por intelectuais e artistas herdeiros dos ideais da Semana de Arte Moderna.

Carybé

Hector Julio Páride Bernabó ou Carybé, nasceu em Lanús, província de Buenos Aires, em 7 de fevereiro de 1911 e morreu em Salvador (BA), em 2 de outubro de 1997. Entre os anos de 1927 e 1929, frequentou a Escola Nacional de Belas Artes. Em 1957, naturalizou-se brasileiro. Foi pintor, gravador, desenhista, ilustrador, ceramista, muralista, pesquisador, historiador e jornalista. Fez cinco mil trabalhos, entre pinturas, desenhos, esculturas e esboços. Ilustrou livros de Jorge Amado e de Gabriel García Márquez. Uma parte da obra de Carybé se encontra no Museu Afro-brasileiro de Salvador.

Edição anterior

Em 2010, o conjunto de inscrições apresentadas ao prêmio somou 178 trabalhos. As ações ganhadoras foram selecionadas entre os 64 concorrentes que chegaram à segunda etapa de seleção, após passar pela pré-seleção realizada pelas comissões estaduais presididas pelas Superintendências do Iphan. Cinco estados do país foram representados pelos ganhadores: Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Bahia e Minas Gerais – os dois últimos contaram com duas iniciativas premiadas. Entre os vencedores da última edição, está o projeto de Sítio Arqueológico do Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos.

Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos

A antiga casa situada à Rua Pedro Ernesto nº 36, Gamboa (RJ), pertence ao casal Petrucio e Merced Guimarães. Em 1996, ao iniciarem uma reforma, descobrem, durante escavações no local, grande quantidade de ossos. O casal fez contato com as autoridades e foi confirmado que o achado era de ossos humanos. A notícia mudaria a história de suas vidas. Realizada uma pesquisa, foi constatato que naquele endereço, em um dos livros de óbitos da Igreja de Santa Rita (Museu da Cúria), datado de 1824 a 1830, foram enterrados 6.122 jovens cativos, de até 25 anos, e crianças entre três e oito anos. Mas estima-se um número bem maior, de aproximadamente, 15 mil corpos de negros recém-chegados ao Brasil tenha sido enterrado naquele local. Descobre-se, então, o Cemitério dos Pretos Novos que dá início à história do instituto que foi inaugurado no dia 13 de maio de 2005.

“O prêmio significou para nós o reconhecimento de um tesouro arqueológico encontrado. Ampliou a nossa oportunidade de trabalho e hoje realizamos várias oficinas, mas a temática principal é o mercado de escravos no Rio de Janeiro”, afirma Ana Maria De La Merced dos Anjos, presidente do Instituto Pretos Novos. “No início, pensávamos que iríamos atender apenas jovens de ensino fundamental e médio, mas logo percebemos o interesse de professores por nossos cursos. Hoje, contamos com um número de 680 pessoas em nossas oficinas, mas não pretendemos parar por aqui, este ano queremos formar uma biblioteca temática,” informou.

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