terça-feira, 20 de novembro de 2012

"Comunista Por Um Dia Em Icó"



Em meio à sanção da presidenta Dilma Rousseff, nesta sexta-feira [18], da lei que cria a Comissão da Verdade para apurar violações aos direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988, trazemos um texto interessante de uma época obscurecida pelas torturas.

Vale a pena ler depoimento de Gilson Moreira, apresentado no O Povo Online, no Jornal do Leitor. Em asuas palavras, o autor cita que nem a então pacata cidade de Icó ficou livre da caça aos comunistas pelo movimento ditatorial. Fiquem com o texto:

Comunista por um dia - Explode no brasil o movimento autodefinido de caça aos comunistas dando a ele o nome de Revolução de Março de 1964. Algumas investidas na busca dos cidadãos contrários ao novo regime implantado deixaram marcas profundas em muitos inocentes, além de pregar um grande susto em outros.

O Icó não ficou de fora das buscas com a finalidade de descobrir os comunistas da pacata cidade da região jaguaribana. Falava-se num grupo de pessoas aculturadas que recebeu o nome de “clube dos onze” e, na tentativa de capturar os ditos “subversivos”, qualquer método era aceito desde que o objetivo final fosse alcançado: a prisão.

Percorre os justiceiros as ruas planas da cidade e encontram na pessoa de um comerciante de nome José, as características de um dos procurados dando de imediato a voz de prisão sem o direito de nenhuma explicação.

Abstêmio de qualquer ideia revolucionária, no entanto, era parecido fisicamente com o irmão Reinaldo, motivando a seu recolhimento prisional de vinte e quatro horas. Nessa condição ele teve a possibilidade de sentir tudo o que uma prisão representa: susto; medo; revolta, mas ele também experimentou a condição de ser “comunista por um dia”.


* Texto de Gilson Moreira [e-mail: gilsoncmoreira@yahoo.com.br], publicado no O Povo Online

Postado porYuri Guedes ás 19:36. Tags 

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