quinta-feira, 31 de março de 2011

IAB-CE AVALIA CONCEITO DO PROJETO EXPOCEARÁ


Com capacidade anunciada para comportar até 30 mil pessoas, por evento, o ExpoCeará não disporá de um grande auditório para receber o público visitante.


Mobilidade urbana, ausência de auditório e problemas ambientais nortearam o debate do IAB sobre o ExpoCeará.


Em meio à polêmica sobre a data de inauguração e a inexistência de um auditório que comporte a realização de grandes eventos - convenções, palestras apresentações etc, - o Centro de Feiras e Eventos, agora rebatizado de ExpoCeará, foi o foco das discussões do II Arquitetura e Urbanismo em Debate. Promovido pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB-CE), na noite de ontem, o encontro reuniu engenheiros, arquitetos e estudantes universitários cearenses, em torno de palestra do arquiteto e ex-secretário das Cidades do Ceará, Joaquim Cartaxo, sobre os conceitos e referências do projeto, em construção na Avenida Washington Soares.


Para o presidente do IAB-CE, Odilo Almeida Filho, o ExpoCeará, que custará aos cofres do Estado, R$ 328 milhões, "é um projeto moderno, adequado e com escala urbana apropriada", necessário ao "trade turístico". Entretanto, é um equipamento que pode gerar grandes problemas no fluxo do trânsito à área leste da cidade e de acomodação para os visitantes.


"Temos mais elogios que críticas, mas (o empreendimento) traz dúvidas quanto a problemas de mobilidade urbana, a ausência de um auditório e riscos de impactos ambientais", alerta Almeida Filho. Ele avalia que, em princípio, os transtornos viários na área poderão ser minimizados, no curto prazo, com a construção das trincheiras (túneis), que viabilizarão o acesso de veículos ao estacionamento do ExpoCeará.


Ponte e auditório


Ele teme, porém, pelos impactos ambientais que poderão advir com a construção de mais uma ponte sobre o Rio Cocó, interligando a Cidade 2.000 ao centro de eventos, conforme sinalizou, na última terça-feira, a Secretaria Estadual do Turismo (Setur). "A ponte atual (na Avenida Sebastião de Abreu) é um desastre, aterrou o mangue", condenou Almeida.


Para ele, a nova ponte pode até ser necessária, mas deve ser construída de outra maneira, "estaiada", passando por cima do mangue e com poucos pilares de sustentação. Conforme disse, biodiversidade deve ser uma preocupação também das cidades, das áreas urbanas.


Almeida Filho demonstra ainda, preocupação com o futuro do trânsito na área e na cidade, cujo tráfego de veículos vem crescendo de forma consistente, ano a ano, com a inclusão de cerca de 60 mil novos veículos automotores circulando. Para ele, a solução passa pela construção do ramal leste do metrô.


Iplanfor O presidente do IAB-CE questionou também a rapidez a que a Prefeitura Municipal quer aprovar a criação do Iplanfor (Instituto de Planejamento de Fortaleza). "O IAB e mais 12 entidades, vamos enviar ofício à Prefeitura, pedindo a elasticidade do prazo para discussão do Iplanfor", informou Almeida.


Mobilidade


"A solução da mobilidade urbana na ExpoCeará é a criação do ramal leste do metrô"

Odilo Almeida Filho

Presidente do IAB-CE


CARLOS EUGÊNIO REPÓRTER


FONTE:

JORNAL DIÁRIO DO NORDESTE

CADERNO: NEGÓCIOS

DATA: 31/03/2011

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